Canetas Esferográficas Bic

5 lições sobre inovação

Inovar cedo demais pode acabar matando o seu negócio.

Foi o que aconteceu comigo em 2015. Estávamos preparando a 3ª edição do meu evento, o Mixtape no Parque. Um evento pensado e organizado por mim, minha irmã Marcela da Matta e mais 2 amigas Sthefany Castro e Dj Tamy Reis. Nós 4 juntas formávamos um coletivo chamado Big Sisters, onde a nossa principal iniciativa era empoderar jovens como nós, oriundos de zonas periféricas da cidade por meio do empreendedorismo. Nosso projeto, o Mixtape no Parque era um evento que promovia a conexão entre empreendedores e agentes culturais na cidade do Rio de Janeiro.

Acredito muito na troca de conhecimento e informação. Se soubesse de algumas coisas antes de tomar certas decisões, com certeza teria tomado um caminho diferente. Acredito que erros podem nos trazem frustração e mas também aprendizado. Levei um bom tempo para digerir e processar, na verdade anos. Somente depois de refletir, de ler muitos livros, de conversar com pessoas diferentes de diferentes áreas que fui tomar consciência dos meus erros e aprender as lições.

Compartilho a seguir os piores erros que cometi em inovação e também algumas lições. Utilizarei a minha experiência em gerenciar o meu próprio evento entre 2014 e 2015, citado anteriormente.

1) O custo de ser pioneiro: Você vai gastar mais por ser inovador.

Para a nossa primeira edição no Parque Madureira contratamos uma empresa de arquitetura para poder projetar o evento. Naquela época o Parque se quer tinha estrutura para abrigar um evento como o nosso. Nossa estrutura continha: 1 bar, mini palco para apresentação de artistas e djs, estrutura para empreendedores exporem suas marcas (e isso variava de evento para evento). Ou seja, tivemos que disponibilizar tomadas e iluminação, estrutura, etc. e gastar muito mais com a produção por querer inovar e fazer algo que ninguém tinha feito: Um evento de empreendedores no Parque de Madureira. Consequentemente isso diminuiu o nosso lucro, impossibilitando futuros investimentos.

2) Inovar rápido demais: As vezes é melhor ser um balão ou um avião do que um foguete.

Já reparou que quase tudo que viraliza, cresce muito rápido, “foi da noite para o dia” tem dificuldades de se manter no topo? Decidimos que a cada edição traríamos uma decoração diferente. O projeto executado pela empresa de arquitetura poderia ser facilmente executado em diversas edições. Poderíamos ser reconhecidos como o evento dos guarda-sois no Parque Madureira. Porém, quisemos inovar rápido demais. A gente achava que isso seria ainda mais um atrativo para o público, e não foi. Entretanto, isso nos levou a um outro problema…

3) Você pode perder sua identidade, e isso pode atrapalhar o seu branding.

Ser o evento dos guarda-sois poderia (pelo menos por um tempo) ser uma ótima estratégia de branding. Branding é repetição, é reforçar a sua marca para os seus consumidores com aquelas características que só a sua marca tem. A inovação pode acabar com a sua identidade, o seu DNA. Você pode acabar sendo esquecido ou confundido. O ideal é criar um modelo ou um formato e repetir esse padrão até que seus resultados sejam atingidos. Muitas vezes um profissional ou uma marca precisa de tempo de mercado e não de inovação.

4) Talvez você esteja implementando a inovação no lugar errado.

O espaço de tempo entre os meus eventos eram de apenas 3 meses, era um espaço de tempo muito curto para um evento que recebia a visitação média de 2mil pessoas. Empreguei a minha energia em criar uma identidade visual e layout físico diferente para cada evento, fiz isso porque não entendia o meu core business, que era vender o espaço para os empreendedores exporem suas marcas. Foquei em diversas coisas supérfluas e desnecessárias, poderia ter empregado a minha energia em outras coisas que poderiam me trazer muito mais resultados.

5) Inovar pode ser viciante.

Todo mundo ama o novo: o emprego novo, o sapato novo, o carro novo, o vestido novo, o relacionamento novo, o projeto novo. Confesso que não sei se está comprovado cientificamente, porém acredito que a criação ou a sensação do novo pode liberar dopamina em nosso organismo. A dopamina é um neurotransmissor que está relacionado com o nosso controle motor, cognição, compensação, prazer, humor e algumas funções endócrinas. Também está associado a drogas e ao nosso sistema de recompensa, que é um circuito neuronal no cérebro que influencia diretamente as nossas emoções. Criar pode ser viciante. O nosso maior desafio é se manter entusiasmado fazendo a mesma coisa por anos.

Já diza Jobs: “Keep it simple.” O famoso: “Faz o básico.” Escolhi justamente para ilustrar esse artigo a foto da Caneta Bic. A tinta de 1950 não é a mesma, não são os mesmos fornecedores, nem o mesmo modelo de negócios. O que a Caneta Bic fez ao longo dos anos foi ser simples e necessária. E até hoje ela continua resolvendo um problema e sendo a caneta preferida de milhões de pessoas mundo afora. Que ao inovar sejamos como essa canetinha que é simples, necessária e resolve um problema.


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